O termo “figital” resulta da fusão das palavras “físico” e “digital”, descrevendo a união entre estes dois mundos. Esta integração cria vivências mais envolventes e personalizadas, minimizando as barreiras entre os ambientes físico e digital. No universo híbrido, as tecnologias digitais são utilizadas para melhorar e complementar as experiências presenciais, criando um cenário que se adapta a vários perfis e contextos.
Os Millennials e a Geração Z, habituados à tecnologia, esperam ter experiências de compra integradas, onde podem ver produtos online e testá-los fisicamente na loja. Consumidores que valorizam a vivência tanto quanto o produto beneficiam de provadores virtuais nas lojas físicas. As lojas de roupa, por exemplo, utilizam soluções digitais para melhorar a experiência de compra com aplicações que ajudam a localizar produtos na loja, espelhos inteligentes que sugerem combinações de roupas, sistemas de pagamento sem contacto e aplicações móveis que permitem digitalizar artigos para obter mais informações ou efetuar compras online.
O e-commerce também se reinventa, oferecendo vivências físicas como pop-up stores ou eventos de demonstração de produtos. Nas empresas onde os trabalhadores têm um regime híbrido, a integração de ferramentas digitais com espaços físicos de trabalho melhora a produtividade e a colaboração. Na formação e desenvolvimento, estas ferramentas combinam módulos online com workshops presenciais, potenciando o formação de funcionários.
No setor de eventos e entretenimento, o Figital cria experiências únicas. Os concertos ao vivo são transmitidos online, permitindo que pessoas pelo mundo inteiro participem, e tecnologias como realidade aumentada (RA) e realidade virtual (RV) proporcionam vivências imersivas. A educação também beneficia desta tendência, com as plataformas de e-learning e salas de aula virtuais que permitem o acesso a conteúdos educativos de qualquer lugar, e tecnologias como RA e RV a criar simulações e experiências de aprendizagem interativas.
Na área da saúde, a transformação é significativa. As consultas médicas online, os dispositivos de monitorização de saúde conectados e a telemedicina são exemplos de como o digital complementa os serviços de saúde tradicionais. Os profissionais de saúde utilizam estas ferramentas para diagnóstico, monitorização remota e tratamento dos pacientes, melhorando a qualidade dos cuidados prestados.
A adoção deste modelo traz inúmeros benefícios. A integração do físico com o digital permite oferecer vivências mais personalizadas e convenientes, aumentando a satisfação do cliente. As empresas podem utilizar dados e análises para otimizar operações, melhorar a gestão de stocks e prever tendências de consumo. Esta abordagem aumenta a acessibilidade de produtos e serviços, proporcionando mais oportunidades para as pessoas participarem, independentemente da sua localização geográfica. A afinidade entre o físico e o digital promove a inovação, estimulando as empresas a desenvolver soluções e produtos novos.
No entanto, a transição para esta realidade apresenta desafios. A privacidade e a segurança dos dados tornam-se cruciais, pois a interconexão entre dispositivos físicos e digitais pode comprometer informações sensíveis. A desigualdade digital é outro problema, visto que nem todos os cidadãos têm igual acesso às tecnologias digitais, aumentando a exclusão social e económica. A maior dependência tecnológica pode afetar negativamente a capacidade das pessoas de realizar tarefas sem assistência digital. A automatização e digitalização podem substituir empregos tradicionais, exigindo requalificação dos trabalhadores. O uso contínuo de dispositivos digitais pode levar ao esgotamento e stress, sendo essencial encontrar um equilíbrio saudável entre os mundos físico e digital.
A regulação e legislação precisam de acompanhar a rápida evolução tecnológica para proteger os consumidores e garantir um uso ético da tecnologia. A digitalização pode influenciar e homogeneizar culturas e tradições locais, sendo um desafio preservar a identidade cultural de um certo país enquanto se adota a tecnologia. A implementação de uma infraestrutura tecnológica robusta é essencial para suportar a crescente procura por soluções inovadoras, exigindo investimentos em redes de comunicação e tecnologias emergentes. A interação social também pode ser afetada, com o aumento das interações digitais a diminuir a qualidade das relações humanas e sociais, sendo importante promover encontros físicos e atividades que fomentem a interação pessoal e comunitária.
Esta nova realidade representa uma emocionante união entre os universos físico e digital, revolucionando a forma como interagimos com o nosso ambiente e redefinindo diversos setores. Desde lojas inteligentes no retalho até à inovação na educação e saúde, a combinação de tecnologias oferece vivências mais envolventes, personalizadas e acessíveis, rompendo as barreiras tradicionais de tempo e espaço.