User Generated Content – Autenticidade, Proximidade, Engagement!

Se ainda não está familiarizado com o termo User Generated Content (UGC), estará certamente com as suas práticas, que têm vindo a fazer-se notar nas estratégias de comunicação de muitas marcas.

Atualmente, é notável a crescente preferência dos consumidores por procurar informação sobre marcas, serviços e produtos entre os seus pares. É notoriamente mais elevado, o seu grau de confiança nas experiências e opiniões que estes partilham com todos nós. O UGC surge como uma resposta inovadora do marketing à tendência global, caracterizada por uma abordagem mais autêntica, face às tradicionais campanhas de marketing e publicidade. Esta maior predisposição de ouvir o feedback de outro consumidor reflete a evolução do mercado, que confere poder à voz do cliente e o posiciona no centro das estratégias de comunicação e promoção das marcas.

Como o próprio nome sugere, no User Generated Content, o conteúdo é gerado pelo utilizador. Este conteúdo é de tal forma poderoso, que promove a criação de comunidades de indivíduos que partilham ideias, valores, objetivos comuns, e logo, resultados similares. Estabelece uma ligação emocional verdadeiramente genuína entre uma audiência de pessoas reais, através de conteúdos autênticos e histórias verdadeiras. Podemos considerá-lo como o boca-a-boca digital, onde a confiança e a autenticidade reinam em absoluto.

Encontramo-nos numa era em que a influência do UGC é inegável, os consumidores participam ativamente na construção (ou desconstrução) da imagem das marcas. Cabe-nos estar atentos, estudar o fenómeno e integrá-lo nas nossas estratégias de comunicação. Em última análise, a mudança do marketing tradicional para a exploração do UGC representa uma evolução mutuamente benéfica, em que as marcas e os consumidores partilham o palco para moldar, em conjunto, o panorama do mercado.

As empresas que trabalham este tipo de conteúdo procuram, e muito bem, aumentar a credibilidade das suas marcas junto do seu público-alvo e ainda economizar tempo e dinheiro aos departamentos de comunicação que terão acesso a conteúdo privilegiado para trabalhar. E, como ainda continua a ser uma ação de marketing, tem como principal objetivo impulsionar as vendas, uma vez que ocupa um papel importante no momento da decisão de compra, o que conduz a uma melhoria da taxa de conversão e assim aspira-se que funcione como um acelerador de crescimento da marca.

Vamos agora ver, em conjunto, de que forma este conteúdo pode ser aplicado. As redes sociais são um excelente veículo, pela forma como promove a criação de comunidades que vão servir de berço para este movimento. A criação de espaços para opiniões e classificações, nomeadamente nos sites, é igualmente proveitosa, já que desempenham um papel importante nas métricas de SEO, ajudando o Google a determinar a qualidade, relevância e autoridade de um site nos resultados de pesquisa. Todo o conteúdo, em forma de vídeo, imagem, testemunho e até case studies é passível de aplicação nos sites e redes sociais, através do rigoroso planeamento de campanhas de notoriedade. O live shopping é outra técnica adotada de forma positiva, que proporciona grande interatividade entre consumidores e onde a marca pode definitivamente estar presente de forma voluntária e responder às questões que possam ser levantadas ao vivo pelos seus consumidores. É extensível às campanhas de publicidade que podem, igualmente, beber desta autenticidade e criar o engagement que as tradicionais campanhas já não alcançam nos dias de hoje.

Já podemos observar algumas tendências predominantes em 2024, adotadas tanto por usuários quanto por marcas. Assistimos a um aumento exponencial na partilha de conteúdo em vídeo, impulsionado pela sua atratividade e autenticidade, na maioria dos casos desenvolvido para mobile. Verificamos uma apetência para publicações em direto que conferem a relevância da interatividade que se pretende, assim como a preferência por vídeos curtos, mais assertivos. Observamos também o uso de outras ferramentas poderosas, como a realidade aumentada e virtual, para envolver os consumidores, criando experiências imersivas, memoráveis e envolventes. Essas experiências compartilháveis ajudam a impulsionar o engagement da comunidade e a estabelecer relacionamentos mais fortes com os consumidores em geral.

Este conteúdo é valioso e merece ser cuidadosamente preparado e planeado para garantir que será aproveitado ao máximo. Na fase de preparação interna cabe às áreas de comunicação e marketing de cada marca, identificarem os influencers mais adequados. Aqui não nos devemos prender apenas em influencers de grande pegada digital, podemos potenciar a participação de micro ou nano influencers, desde que assegurem que os valores da marca serão preservados, que tenham boa capacidade de comunicação e acima de tudo que transmitam autenticidade. É preciso ir mais além, devemos pensar em técnicas e ações de incentivo à criatividade, estes consumidores precisam ainda ter a liberdade necessária para que a comunicação flua de forma natural. E eventualmente, ajudar a criar momentos, em datas especiais, para fomentar momentos de conteúdo coletivo ao longo do ano. Não se iniba de definir expectativas e até partilhá-las, prepare formas para amplificar sempre o conteúdo criado através dos meios que tem em sua posse, podendo até partilhar informações sobre serviços ou produtos, o backstage da sua produção e distribuição para que estes influencers se sintam especiais e cada vez mais conhecedores da marca.

Na fase de implementação, o incentivo à participação deve constar na sua calendarização das ações, relembrar datas especiais, assim como potenciar a participação espontânea. Para garantir que os conteúdos seguem a linha de comunicação pretendida, deve partilhar instruções claras do que se cogitou em planeamento. Como mencionado anteriormente, é crucial maximizar o potencial de todo o conteúdo criado e aproveitar todas as dicas disponíveis. Não subestime informações sobre as características dos seus produtos ou serviços e esteja especialmente atento a sugestões de melhorias. Demonstre recetividade, participe ativamente em interações com a comunidade e responda prontamente às questões relacionadas à sua marca. Sempre que possível, compartilhe as contribuições que acrescentam valor. Considere até criar um espaço dedicado aos testemunhos dos seus consumidores.

Atualmente a Inteligência Artificial (IA) desempenha um papel fundamental em praticamente todas as áreas e não é exceção no UGC. A sua utilização é altamente valorizada e deve ser considerada pelos seus coordenadores. A IA oferece benefícios significativos, nomeadamente na triagem de grandes volumes de conteúdo para identificar os mais relevantes para planeamento. Além disso, é essencial na melhoria da resposta, permitindo a análise de perfis individuais e, com isso, a personalização do feedback. É ainda muito útil na antecipação de necessidades e comportamentos com base na análise das interações. Ao integrar a IA, as empresas melhoram a sua capacidade de oferecer respostas personalizadas às necessidades dos consumidores, melhorando constantemente o serviço ao cliente.

Não há dúvidas de que o UGC é uma poderosa ferramenta de marketing que impulsiona a evolução da marca, estabelecendo-a de forma coesa no mercado e conferindo-lhe uma vantagem significativa sobre a concorrência. Explore este percurso para compreender plenamente o seu público. Não se limite a publicar conteúdos impecáveis; priorize a autenticidade e, acima de tudo, aprenda e aprimore processos ao longo desta jornada colaborativa. Deixamos aqui como teaser um novo tema a abordar, possivelmente num outro artigo: a nova era para o UGC, no mundo da Web3.

Concluímos sugerindo que forme uma equipa dedicada a esta valiosa ferramenta. Um membro deve ficar responsável pelo planeamento das ações, outro pela implementação da estratégia e tratamento de conteúdo e um terceiro encarregado pela gestão das interações com a comunidade. Não se esqueça ainda de considerar cuidadosamente as questões relacionadas à privacidade, segurança e interoperabilidade que possam estar associadas a esse tipo de ação.

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